terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Filmes, o que marcou de cada um para o meu conhecimento:


É um documentário filmado em 2004, na Índia, na cidade de Calcutá,, dirigido e produzido por Ross Kauffman e Zana Briski, trouxe um panorama diferenciado sobre percepção e a essência humana. As formas distintas de analisar cada acontecimento, no cotidiano, têm deixado perceptível que a beleza é extraída também daquilo que julgamos ser tosco.
Conta a história de uma fotógrafa britânica chamada Briski, que  foi a Calcutá realizar um trabalho sobre as prostitutas indianas, ao encontrar um considerável número de crianças no cortiço, onde o bordel fica localizado, a sensibilidade dela foi despertada para um recorte diferente daquele inicialmente idealizado. O filme tocante traz em cada cena, desde motivos alegres, como quando as crianças foram conhecer o mar pela primeira vez, até o momento muito triste, quando a mãe de um dos garotos foi queimada viva pelo cafetão do bordel. A realidade do filme é autêntica. Não há efeitos especiais, para produzir emoções, não há dublê para duvidarmos da autenticidade das cenas, o que há é apenas o estímulo da sensibilidade humana.

Assim sendo, inseridos nesta realidade, tanto Briski quanto Kauffman, tentam fazer um resgate daquilo que pode ser chamado de inclusão social através da sensibilidade. Percebe-se que o estímulo inicial foi entregar uma máquina e ensinar cada uma delas manusear e fotografar o cotidiano. Foi através da fotografia que eles aprenderam a captar a própria história. A percepção das crianças foi dignificada e em um momento oportuno, os diretores do longa viram uma possibilidade, que além de fazer um trabalho de inclusão, vislumbraram algo cabível, inserí-las em um mundo ainda desconhecidos para elas. Como aquelas crianças conseguiram retirar beleza do cotidiano em que viviam? Simples, pela maneira natural, ingênua e infantil de ver o lugar onde moram.
Vale ressaltar, que a sensibilidade na arte da fotografia foi fator preponderante para o sucesso do filme.

Este processo de inclusão chegou ao êxtase – para os pequeninos – quando eles se tornaram notícia na cidade onde moravam, e ao clímax, quando perceberam a possibilidade de estarem aprendendo cada vez mais em uma escola. Na fala de uma das meninas que participaram do filme, sobre a fotografia ela disse “… para continuar a fotografar é preciso suportar muita coisa”, a profundidade dessa frase nos faz repensar como cada criança suportava todas aquelas situações sem perder o que tinham melhor, a essência.
O filme, mesmo tendo passado algum tempo, estende a mensagem até a atualidade. O processo de inclusão social existe e é gradativo. A fotografia pode até não ser vista como arte por alguns, porém despertou o artista latente dentro de cada criança daquela comunidade. É triste saber que, logo em seguida, depois de passado o tempo, alguns deles voltaram para a vida que tinham. Isso prova que para perpetuar o processo de inclusão é necessário a continuidade, caso contrário, o retrocesso e o desânimo serão as únicas certezas que os envolvidos terão. Vale a pena assistir!

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